Convite para a experimentação dos protótipos, na Praça Olavo Bilac, dia 30 de novembro de 2019.
Estes tempos nos exigem coragem, mas também uma aposta na pesquisa, na investigação coletiva, em uma ciência aberta que inclua corpos e suas marcas, saberes não autorizados pelo regime de saber-poder.
Precisamos assumir as perguntas, dar-nos esse tempo do pensar junto, experimentar, criar contra-dispositivos para uma vida não fascista – bem aqui nessa praça, nesse bairro, com essa vizinhança, não há outro mundo para se construir, mas outras (velhas e novas) relações de confiança e experimentação entre nós.
Tramar é um verbo cheio de possibilidades.
Diante das formas renovadas de produção de desigualdades, do consórcio explícito entre forças autoritárias e as dinâmicas de expropriação da vida e do território, promotoras da crescente militarização, gentrificação, despossessão e tristeza, lançamos perguntas-vinculantes: Como reativar uma possibilidade de inteligência coletiva? Como convocar saberes e práticas coletivas que nos permitam imaginar e disseminar alternativas a esse cenário? Como produzimos, sustentamos e experimentamos o Comum entre todos?
Afinal, como se faz um bairro?
Nesse evento, que também é uma intervenção política e sensível, vamos propor três protótipos de experimentação do Comum:
– Cozinha autônoma: cozinhar junto como forma de nutrir conspirações, experimentações sensoriais e (as)sociabilidade. Montaremos uma estação de preparo de uma refeição, improvisada com os ingredientes adquiridos em xepa de feira no dia anterior. No decorrer desse preparo, lançaremos pitadas de temperos para conversas!
– Comunique-se: propiciar enunciação e expressão que gerem conexão, cuidado e/ou confiança. Será produzido um arranjo que convide e possibilite às pessoas a confecção de cartões postais, a serem enviados para vizinhos (no caso de moradores do bairro), para o bairro ou alguma instituição/equipamento, ou para um amigo, pessoa por quem passa cotidianamente. Será feito um varal para expor os postais endereçados ao bairro.
– Cartografia do Comum: a terceira estação será a confecção de um mapeamento do que as pessoas circulantes compreendem, usufruem, frequentam e identificam por Comum no território. As perguntas disparadoras comporão camadas desse mapa, a ser disponibilizado em formato físico para intervenção. Haverá também um registro audiovisual.
Uma atividade do “Laboratório do Comum Campo Elíseos: corpos, territórios e tecnologias”: http://trama.pimentalab.net/